Fernando Altemeyer Junior JUNIOR é teólogo e mestre em ciências da religião pela Universidade Católica de Louvain e doutor em ciências sociais pela PUC-SP
DOM HÉLDER CÂMARA – O PROFETA DA PAZ Nelson Piletti e Walter Praxedes Contexto, 397 págs. R$ 49,90
DOM HÉLDER CÂMARA – UM MODELO DE ESPERANÇA Martinho Condini Paulus, São Paulo, 197 págs. R$ 20,00
Oportuno o relançamento, pela editora Contexto, de livro minucioso sobre o bispo católico d. Hélder Pessoa Câmara, dos biógrafos Nelson Piletti e Walter Praxedes. A edição original é da Editora Ática e foi lançada em 1997, com 472 páginas. A nova é mais completa, pois foi acrescida de epílogo com a história da morte do biografado, em 1999. Neste ano de 2009, comemora-se o centenário de seu nascimento, em 7 de fevereiro de 1909, no Ceará.
Os dois autores partem de uma breve introdução sobre a candidatura proibida de d. Hélder ao Nobel da Paz. Em seguida, eles organizam cronologicamente a trajetória do bispo-profeta em três partes. Há ainda uma ampla bibliografia para conhecer melhor esse personagem histórico do país e da Igreja. No fim da edição, estão alguns anexos.
A primeira parte do livro recebeu o título de “Anos verdes” e percorre o período do nascimento do biografado até 1935. A segunda vai de 1936 a 1964 e foi chamada de “Anos dourados”. A última cobre de 1964 até a sua morte, denominada de “Anos vermelhos”, numa referência à atuação política desse notável religioso.
O texto é acompanhado de bom número de fotos e documentos de arquivos privados de primeira mão.
Na primeira parte, merece destaque o relato do memorável encontro do então seminarista Hélder com o padre Cícero Romão Batista. Na segunda, importa ler o relato “nos bastidores do Concílio”, no qual se revela o papel central desempenhado por este brasileiro durante os quatro anos do Vaticano II. Na terceira, lê-se comovente relato da tortura e morte do padre Antonio Henrique Pereira Neto, em 27 de maio de 1969, executada por carrascos da ditadura militar em Pernambuco.
Em outro livro, recém-publicado pela editora Paulus, o educador e historiador Martinho Condini, em texto bem enxuto e agradável, apresenta em cinco capítulos a vida e a obra do bispo, que ele chama de “sacerdote guerreiro”. Merece leitura bastante atenta o capítulo quarto, que discorre sobre a pedagogia da esperança. Outra novidade são algumas entrevistas com teólogos de renome, tais como Leonardo Boff e o cardeal Paulo Evaristo Arns.
Esses dois livros apresentam, com fineza, verdadeiro caleidoscópio de um personagem central da recente história brasileira. Transparece em ambos o cuidado com as fontes e a vastidão dos escritos de d. Hélder. Estima-se que existam pelo menos 15 mil páginas de seu próprio punho.
Os livros acompanham a trajetória político-religiosa deste bispo nordestino e paradoxalmente universal, que viveu intensamente em três importantes centros urbanos – Fortaleza, Rio de Janeiro e Recife – e viajou por todo o planeta conquistando 32 doutorados Honoris causa e nada menos que 24 prêmios internacionais.
Neste mês, seremos premiados com outra obra, pela Companhia Editora de Pernambuco, CEPE. Serão publicados seis tomos com as cartas escritas por d. Hélder durante e depois do Concílio Vaticano II. Estão sendo finalizados para publicação e lançamento. Essa iniciativa auspiciosa partiu de um grupo de intelectuais e historiadores, capitaneados por Lucia Moreira, presidente do Conselho de Curadores do Instituto d. Hélder Câmara.
Fonte: Revista História
DOM HÉLDER CÂMARA – O PROFETA DA PAZ Nelson Piletti e Walter Praxedes Contexto, 397 págs. R$ 49,90
DOM HÉLDER CÂMARA – UM MODELO DE ESPERANÇA Martinho Condini Paulus, São Paulo, 197 págs. R$ 20,00
Oportuno o relançamento, pela editora Contexto, de livro minucioso sobre o bispo católico d. Hélder Pessoa Câmara, dos biógrafos Nelson Piletti e Walter Praxedes. A edição original é da Editora Ática e foi lançada em 1997, com 472 páginas. A nova é mais completa, pois foi acrescida de epílogo com a história da morte do biografado, em 1999. Neste ano de 2009, comemora-se o centenário de seu nascimento, em 7 de fevereiro de 1909, no Ceará.
Os dois autores partem de uma breve introdução sobre a candidatura proibida de d. Hélder ao Nobel da Paz. Em seguida, eles organizam cronologicamente a trajetória do bispo-profeta em três partes. Há ainda uma ampla bibliografia para conhecer melhor esse personagem histórico do país e da Igreja. No fim da edição, estão alguns anexos.
A primeira parte do livro recebeu o título de “Anos verdes” e percorre o período do nascimento do biografado até 1935. A segunda vai de 1936 a 1964 e foi chamada de “Anos dourados”. A última cobre de 1964 até a sua morte, denominada de “Anos vermelhos”, numa referência à atuação política desse notável religioso.
O texto é acompanhado de bom número de fotos e documentos de arquivos privados de primeira mão.
Na primeira parte, merece destaque o relato do memorável encontro do então seminarista Hélder com o padre Cícero Romão Batista. Na segunda, importa ler o relato “nos bastidores do Concílio”, no qual se revela o papel central desempenhado por este brasileiro durante os quatro anos do Vaticano II. Na terceira, lê-se comovente relato da tortura e morte do padre Antonio Henrique Pereira Neto, em 27 de maio de 1969, executada por carrascos da ditadura militar em Pernambuco.
Em outro livro, recém-publicado pela editora Paulus, o educador e historiador Martinho Condini, em texto bem enxuto e agradável, apresenta em cinco capítulos a vida e a obra do bispo, que ele chama de “sacerdote guerreiro”. Merece leitura bastante atenta o capítulo quarto, que discorre sobre a pedagogia da esperança. Outra novidade são algumas entrevistas com teólogos de renome, tais como Leonardo Boff e o cardeal Paulo Evaristo Arns.
Esses dois livros apresentam, com fineza, verdadeiro caleidoscópio de um personagem central da recente história brasileira. Transparece em ambos o cuidado com as fontes e a vastidão dos escritos de d. Hélder. Estima-se que existam pelo menos 15 mil páginas de seu próprio punho.
Os livros acompanham a trajetória político-religiosa deste bispo nordestino e paradoxalmente universal, que viveu intensamente em três importantes centros urbanos – Fortaleza, Rio de Janeiro e Recife – e viajou por todo o planeta conquistando 32 doutorados Honoris causa e nada menos que 24 prêmios internacionais.
Neste mês, seremos premiados com outra obra, pela Companhia Editora de Pernambuco, CEPE. Serão publicados seis tomos com as cartas escritas por d. Hélder durante e depois do Concílio Vaticano II. Estão sendo finalizados para publicação e lançamento. Essa iniciativa auspiciosa partiu de um grupo de intelectuais e historiadores, capitaneados por Lucia Moreira, presidente do Conselho de Curadores do Instituto d. Hélder Câmara.
Fonte: Revista História